Quantas vezes nos trancamos na nossa torre pessoal? Todas as pessoas sentem, de vem em quando, esta necessidade de se isolarem e ouvirem somente o silêncio. E como gostaríamos, nessas alturas de resguardo, que as preocupações do nosso quotidiano nos deixassem em paz...
A Torre, carta número 19 do Baralho Cigano, refere-se ao nosso eu verdadeiro, à nossa ligação com o mundo espiritual. Tal como a mulher da iconografia, do alto da nossa torre é como se ficássemos mais perto do céu. E de lá podemos ver tudo: o perigo a se aproximar, as aves que seguem o seu rumo, o avião que traz ou leva passageiros..., ou quase tudo, pois muitas vezes quando resguardados na nossa torre há sempre qualquer coisa que ainda não vimos com clareza e que não está ao alcance do nosso olhar.
É bom apreciarmos um momento de calma e introspecção, mas não convém permanecer demasiado tempo nesse estado. Pessoas bastante tristes, assoladas com pensamentos negativos, e com estados depressivos, geralmente estão há um longo período de tempo entregues à solidão proporcionada pela Torre.
Tal como na Torre do Tarô de Marselha, em que esta se desmoronou e é preciso reagir rapidamente e meter mãos à obra para colocá-la novamente de pé, a lâmina 19 do Baralho Cigano avisa da necessidade do consulente reconstruir aquilo que não está bem na sua vida e, consequentemente, lhe está a impedir o avanço.
A Torre revela sempre que não vale a pena andarmos à procura das respostas para as nossas inquietações no exterior, pois elas estão dentro de nós.
A paciência e a força são importantes para que o equilíbrio possa voltar à vida do consulente. Após um longo período de espera, é possível alcançar a vitória!
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